ANEEL anuncia bandeira verde, mas ONS vê chuvas abaixo da média em fevereiro
A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou que o mês de fevereiro terá bandeira verde, ou seja, sem qualquer custo adicional na conta de luz. Há 22 meses (desde de abril de 2022) a sinalização permanece a mesma devido às boas condições de geração de energia.
“Com a geração em franca expansão, principalmente de fontes renováveis e limpas, alcançamos 22 meses seguidos de bandeira verde acionada. Sinal bastante positivo para o país que reflete condições favoráveis de geração de energia”, reforçou o diretor-geral da ANEEL, Sandoval Feitosa.
As bandeiras tarifárias existem desde 2015 e servem para sinalizar ao consumidor as condições de fornecimento de energia. A cor amarela indica um estado de atenção e por isso há um custo adicional. As bandeiras vermelha 1 e 2 já indicam uma situação de escassez no setor de geração, por isso há um sobrecusto ainda maior na conta de luz dos brasileiros.
Escassez de chuvas e carga em crescimento
Parece até contraditório, mas o ONS (Operador Nacional do Sistema) informou que as perspectivas para ENA (Energia Natural Afluente) estão abaixo da média para um período tipicamente úmido. O que o órgão quer dizer é que não está chovendo como deveria nessa época do ano nas bacias que alimentam as hidrelétricas.
Em fevereiro, a previsão é que as chuvas fiquem abaixo da média nos subsistemas Sul (77%), Sudeste/Centro-Oeste (71%) e Nordeste (61%). Apenas o submercado Norte deverá ter afluências dentro da média, de 102%.
Apesar desse cenário desfavorável, o ONS explica que não há preocupação em relação ao fornecimento de energia, já que os reservatórios das hidrelétricas se encontram em níveis favoráveis. A Energia Armazenada para fevereiro está projetada em 95,2% no Norte, 68,2% no Sudeste/Centro-Oeste, 63% no Nordeste e 46,2% no Sul.
Por outro lado, a carga de energia está em crescimento no SIN (Sistema Interligado Nacional). O órgão estima um avanço de 5,5% (82.607 megawatts-médios) na comparação com fevereiro de 2023. Nos subsistemas as previsões são: Nordeste, 8,2% (13.587 MWmed), Sudeste/Centro-Oeste, 4,5% (46.871 MWmed), Norte 14,5% (7.635 MWmed) e Sul, 2% (14.514 MWmed).
“Apesar da ocorrência de precipitação abaixo da média histórica em bacias hidrográficas localizadas nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, durante o período de outubro de 2023 a janeiro de 2024, quando é caracterizada a estação chuvosa, temos energia armazenada. Porém, o atendimento nos horários de ponta de carga, aqueles de maior demanda da sociedade, é um desafio para a operação, podendo ser necessário o acionamento do despacho térmico adicional”, explica Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS.
Em janeiro, a caga no SIN deve registrar avanço de 9,9% (82.009 MWmed) comparado com o mesmo período do ano anterior. Nos subsistemas as previsões são: Sudeste/Centro-Oeste (46.763 MWmed – 11,2%), Norte (7.233 MWmed – 11,2%) , Nordeste (13.370 MWmed – 10,1%) e Sul (14.643 – 5,1%).