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Geração em alta e renováveis consolidadas: boletim especial do MME destaca avanços de 2024

O setor elétrico brasileiro registrou avanços em 2024, impulsionado pela expansão de fontes renováveis, pelo crescimento da GD (geração distribuída) e por melhorias na infraestrutura das linhas de transmissão.

É o que apontam dados do Boletim de Monitoramento do Sistema Elétrico Brasileiro – Edição Especial, publicado pelo MME (Ministério de Minas e Energia) nesta quarta-feira (21).

Segundo o levantamento, o país adicionou 10,8 GW no segmento de geração centralizada, com destaque para fontes renováveis como solar e eólica, que responderam por 97% da expansão anual. O volume representa um avanço de 5% em comparação a 2023.

Grande parte desses empreendimentos foi viabilizada no ACL (Ambiente de Contratação Livre), demonstrando a crescente atuação de investidores no mercado de energia fora do ambiente regulado.

Ao final de 2024, o Brasil atingiu uma capacidade total instalada de 243,9 GW, sendo 87,1% provenientes de fontes renováveis, como hidrelétrica, eólica, solar e biomassa.

Geração Distribuída em expansão
A geração distribuída, puxada principalmente por sistemas solares em telhados e pequenas propriedades, superou a marca de 35 GW de potência instalada. Somente em 2024, o segmento cresceu 35,6%, adicionando cerca de 9 GW à matriz elétrica nacional.

Hoje, essa modalidade já representa 14,4% da potência total do país, sendo considerada uma das principais frentes de crescimento do setor, com incentivo de medidas como a inclusão de minigeradores no REIDI (Regime Especial de Incentivos ao Desenvolvimento da Infraestrutura).

Expansão das redes de transmissão
O SIN (Sistema Interligado Nacional) fechou o ano com 189.308 km de linhas de transmissão e 472.983 MVA em capacidade instalada de transformação – um acréscimo em 2024 de 4.100 km em novas linhas e mais de 20 mil MVA em subestações.

Panorama de consumo e acesso
O documento publicado pelo MME também aponta que a produção total de energia elétrica no país alcançou 687.692 GWh em 2024, dos quais 91% foram gerados por fontes renováveis.

As usinas hidrelétricas, sozinhas, responderam por 60,9% da produção, mesmo representando cerca de 45% da capacidade instalada — evidenciando altos fatores de capacidade e uso contínuo.

O consumo de eletricidade, desconsiderando perdas, foi de 560.102 GWh. Os maiores aumentos vieram das classes residencial, comercial e industrial, refletindo a retomada econômica e a eletrificação crescente de processos produtivos.

O boletim também destaca que houve uma melhoria nos índices de continuidade do fornecimento de eletricidade no país, com uma queda no tempo e na frequência média das interrupções.

Já no campo da universalização, mais de 60 mil famílias de áreas remotas ou vulneráveis passaram a ter acesso à energia elétrica por meio de programas sociais, como o Mais Luz para Amazônia, beneficiando cerca de 241 mil pessoas.

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