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Projeto de uso de energia fotovoltaica na agricultura avança em MG

A EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) concluiu outra etapa do projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D 671) que analisará a produção simultânea de alimentos e energia elétrica. O projeto utilizará unidades-piloto com plantios agrícolas sob painéis fotovoltaicos.

A iniciativa conta com a parceria da CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais) e com o CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações).

Estudos de viabilidade definiram quais seriam as culturas trabalhadas sendo elas melão, morango, feijão e alface. A execução do projeto será no Campo Experimental Mocambinho em Jaíba, no norte de Minas Gerais.

Além disso, pastagens para bovinos também serão trabalhadas no Campo Experimental Santa Rita em Prudente de Morais.

A duração do projeto será de 30 meses, e vai contar com avaliações sobre produtividade, tempo de ciclo de cada plantio, presença de pragas, eficiência do uso da água e qualidade dos alimentos.

De acordo com a equipe responsável, farão a análise com base em quatro módulos de 300 m² a 400 m² para cada cultura. Os testes serão realizados tanto com placas mono quanto bifaciais em sistemas fixos e tracker.

“Escolhemos essas culturas por terem ciclos de produção mais rápidos, que se encaixam ao nosso cronograma, e também por serem representativas das regiões onde os experimentos serão conduzidos”, explicou Pollyana Mara de Oliveira, coordenadora do projeto e pesquisadora da EPAMIG.

“Vamos comparar os índices de produção vegetal e animal de sistemas agrivoltaicos com aqueles de cultivos tradicionais, sem as placas fotovoltaicas, para avaliarmos com precisão os resultados dessa prática inovadora”, acrescentou Pollyana.

Para o início do projeto ainda é necessário finalizar a aquisição das placas fotovoltaicas, sementes, adubo e demais materiais para as instalações.

De acordo com Pollyana, a previsão é que concluam os cálculos estruturais ainda neste mês e em maio comecem a execução.

Tanto para as instalações quanto para definições técnicas, há a consultoria da organização alemã Fraunhofer-Gesellschaft, além do financiamento vindo de um segundo projeto de pesquisa junto a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais e à Fundação de Amparo à Pesquisa do estado.
Energia Sustentável em MG

Segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), Minas Gerais é o estado com a maior quantidade de potência de energia fotovoltaica com 3,5 GW em 853 municípios .

“Estamos entrando em um mundo novo relacionado à produção de energia e é muito gratificante para a Epamig estar envolvida em um projeto como este, que vai trazer soluções diversificadas para os produtores rurais”, disse Trazilbo de Paula, diretor de Operações Técnicas.

“Além de evitar a desertificação de áreas cultiváveis, acreditamos que os resultados vão oferecer a possibilidade de implantação de culturas que estejam sofrendo com o aumento gradativo da temperatura global, pois as placas fotovoltaicas diminuem a temperatura nos sistemas e geram uma maior retenção da água no solo”, completou.

O projeto prevê análises energéticas para compreender como o microclima gerado pela evapotranspiração do plantio afeta a geração de energia fotovoltaica. Além disso, haverá uma análise sobre a viabilidade econômica da instalação desses sistemas em propriedades rurais.

Pollyana ainda afirma que o projeto visa desenvolver um modelo economicamente viável para que os produtores tenham uma alternativa de geração de renda.

“É um projeto com grande impacto ambiental e social, pois ele vai criar protocolos para que o produtor não precise trocar a atividade agrícola pela produção de energia fotovoltaica, podendo conciliar ambas. Esperamos que Minas Gerais se torne um espelho para o restante do Brasil no que concerne à produção de energia agrivoltaica”, concluiu.

Donorvan Fagundes, gerente de PDI, Inovação e Transformação da CEMIG destacou a importância da conclusão desta etapa, e como influenciará ao longo do projeto.

“O projeto está em um momento fundamental de pesquisa, principalmente quando nos referimos às adaptações das culturas nos respectivos ecossistemas. A forma como os equipamentos deverão ser instalados, de maneira que possamos vincular a melhor produtividade com a maior geração de energia possível, é o desafio que teremos nos próximos meses”, finalizou.

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Novembro foi o mês com maior consumo médio de energia elétrica em 2023

As altas temperaturas registradas em novembro impulsionaram o uso de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado por todo o país e aumentaram o consumo brasileiro de energia elétrica em 11,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Segundo dados do Boletim InfoMercado Quinzenal, da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), foram 72.261 MW médios registrados no período. Em 2023, nenhum outro mês do ano tanto consumo por energia elétrica.

O aumento foi mais significativo no mercado regulado, no qual as residências e as pequenas empresas contratam eletricidade diretamente das distribuidoras. O segmento apresentou crescimento de 15,2% no comparativo anual.

A indústria e grandes empresas que estão no mercado livre apresentaram um avanço de 5,2%, influenciado tanto pelo calor quanto pela boa performance de setores como serviços e comércio.
Consumo de energia elétrica por ramo de atividade econômica

As maiores altas de novembro, na comparação com o mesmo período de 2022, foram observadas pela CCEE nos setores de serviços (16,2%) e comércio (14,1%).

“São ramos que, além do impacto da temperatura, com a necessidade de um uso mais intenso de equipamentos de refrigeração em shoppings, hotéis e supermercados, também usaram mais energia para garantir estoque para as festas de fim de ano. Apenas a indústria química e a fabricação de veículos tiveram carga menor, desafiados pelo mercado internacional”, destaca a CCEE.

Segundo o órgão, todos os estados do Brasil apresentaram alta no consumo de eletricidade em novembro, frente a igual período do ano passado. Destaque para o Espírito Santo (28,4%), Mato Grosso (28%), Maranhão (22,9%), Acre (19,3%) e Rio de Janeiro (19,2%).
Geração de energia

As hidrelétricas tiveram um dos melhores desempenhos do ano, entregando mais de 51.000 MW médios para o SIN (Sistema Interligado Nacional), avanço de 2,6% no comparativo anual.

As eólicas e solares também bateram recorde de geração no ano, produzindo, juntas, mais de 14.500 MW médios, complementando a oferta de energia no país.

As usinas eólicas foram responsáveis pela produção de 11.372 MW médios em 2023, um aumento de 35,8% em relação aos 8.374 MW médios do mesmo período do ano anterior.

A produção de energia solar, por sua vez, registrou uma expansão de quase 90% na comparação entre os dois períodos: 1.656 MW médios em 2022 contra 3.134 MW médios em 2023.

Já as usinas térmicas aumentaram a sua participação em 23,5%, puxadas pela maior representatividade das usinas a biomassa, que usam a cana-de-açúcar como principal matéria-prima.

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Conta de luz deverá ter aumento médio acima da inflação em 2024

A conta de luz dos consumidores brasileiros deverá ficar mais cara a partir do ano que vem, com um aumento médio em todo o país de 6,58% e podendo chegar a 10,41%, segundo previsão da Abrace (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia).

Trata-se de uma elevação que, se confirmada, ficará acima da inflação prevista para este ano, que é de 4,53%, e também do ano de 2024, de 3,91%, segundo projeções do Banco Central.

Os cálculos levaram em consideração os custos das distribuidoras com encargos. As maiores elevações no valor da tarifa de energia elétrica deverão afetar os moradores que vivem sob a área de concessão das distribuidoras Equatorial Goiás e Alagoas; além da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).

Na concessionária goiana, a elevação pode passar dos 20% em 2024, enquanto que em Minas Gerais e Alagoas, os reajustes podem superar a barreira dos 15% e dos 10% de aumento, respectivamente.

Atualmente, os consumidores brasileiros são os que sentem o maior peso da conta de luz em seus orçamentos na comparação com outros 33 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), segundo a Abrace.

Isso quer dizer que, considerando o PIB per capita, o impacto do gasto com energia pesa mais para os brasileiros do que para os consumidores de outros países, como Estados Unidos, Espanha e Canadá. Em geral, um quarto do que uma família gasta por mês no Brasil é com energia.

Além do Brasil, completam a lista dos dez países em que a conta de luz mais atrapalha a vida dos consumidores: a República Tcheca; a Grécia; a Espanha; a Costa Rica; a Itália; o Chile; a Letônia; a Eslováquia e Portugal.

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Governo planeja transição de ex-tarifários por sistema de cotas após reunião entre INEL e MDIC

Após uma reunião realizada nesta sexta-feira (27) entre o INEL (Instituto Nacional de Energia Limpa) e o MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), o Governo Federal planeja encaminhar a transição dos ex-tarifários por meio de um sistema de cotas. Durante o encontro, discutiu-se a transição em relação às revogações dos ex-tarifários de módulos fotovoltaicos.

A reunião contou com a participação de representantes do MDIC, incluindo Uallace Moreira Lima, Secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços; Margarete Maria Gandini, Diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta-Média Complexidade Tecnológica – DIAM; Tólio Edeo Ribeiro, Coordenador-Geral das Indústrias de Metalurgia e Celulose do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Insumos e Materiais Intermediários; e Gustavo Tavares da Costa, Assessor da Secretaria de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços – SDIC.

Pelo INEL, estiveram presentes Heber Garlace, Presidente do INEL; Wladimir Janousek, Secretário de Indústria e Comércio; e Renata Reges, Secretária Administrativa.

O INEL já havia apresentado uma proposta para adiar as revogações dos ex-tarifários ainda em uso pelo mercado, e a proposta foi detalhada durante a reunião, destacando as demandas de projetos de geração de energia fotovoltaica até 2025.

Na proposta do INEL, também foram destacados os desafios para o pleno desenvolvimento da indústria de fabricação nacional de módulos, de forma que a cadeia produtiva se capacite e possa ser elegível para fornecer produtos fabricados no Brasil aos projetos de energia solar.

O secretário Moreira informou que o MDIC não deseja criar rupturas e tem avaliado a evolução do tema em várias frentes e que as propostas para fortalecer a indústria e preservar a continuidade do crescimento dos projetos de geração de energia solar são essenciais para a consolidação do setor.

Janousek comentou que a proposta apresentava a relação dos ex-tarifários que estão em uso pelo mercado e que eram o principal objeto do pedido de postergação.

“Após discussões adicionais sobre as dificuldades e oportunidades do segmento solar no país, o MDIC confirmou que deve encaminhar a proposta de transição dos ex-tarifários por meio de um sistema de cotas, com volumes e prazos a serem definidos em coordenação com o Ministério”, informou Janousek.

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