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Três em cada quatro indústrias do país têm interesse em energia solar

A energia solar é a fonte renovável que desperta o maior interesse dos empresários brasileiros que atuam no segmento das indústrias. É o que mostra uma pesquisa divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta sexta-feira (24).

De acordo com o estudo, 75% dos entrevistados disseram ter muito ou algum interesse em adotar esse tipo de fonte energética. Em segundo lugar, aparece o hidrogênio verde ou de baixo carbono, com 19% e, em terceiro, a eólica, com 13%.

O levantamento mostra também que 53% das indústrias já têm projetos ou ações voltadas para o uso de fontes renováveis. Nestas empresas, a fonte solar é a que concentra o maior foco de iniciativas (91% das companhias). Biomassa (5%), eólica (3%) e hidrogênio de baixo carbono (1%) respondem pelas demais fontes estudadas.

“O Brasil se encontra na vanguarda da transição energética, com elevada participação de fontes renováveis na matriz energética, e segue em uma trajetória sustentável, ampliando e diversificando, cada vez mais, o uso dessas fontes limpas e renováveis”, afirma Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI.

A pesquisa ouviu 1.004 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande portes em todos os estados do Brasil. O levantamento foi conduzido pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem, da FSB Holding, entre os dias 3 e 20 de novembro.
Financiamento e tecnologias verdes

De acordo com o estudo da CNI, a necessidade de expansão do número de indústrias que conseguem acessar formas de financiamento para iniciativas sustentáveis é uma das necessidades apontadas pelo setor privado para impulsionar uma economia de baixo carbono, assim como a disseminação de tecnologias verdes.

Do total de entrevistados, 67% demonstraram interesse em acessar linhas de crédito com esse objetivo, mas nem todos concretizaram essa intenção. Apenas 16% buscaram algum incentivo de crédito público para projetos sustentáveis e 6% conseguiram.

O crédito privado se mostrou mais acessível na pesquisa aos empresários: 24% buscaram e 15% conseguiram. Para 62%, o acesso ao financiamento para ações em sustentabilidade é considerado difícil ou muito difícil.
A dificuldade de crédito ou financiamento, inclusive, aparece como a terceira principal barreira para implantar ações de sustentabilidade (apontada por 22%), atrás apenas da falta de incentivo do governo (51%) e falta de cultura de sustentabilidade no mercado consumidor (39%).

Quanto à adoção de novas tecnologias para impulsionar a produção sustentável nas fábricas, 75% têm interesse em linhas de crédito para novas tecnologias verdes. Outros 66% disseram precisar de novas tecnologias de baixo carbono e 59% têm interesse em modernização de maquinário para atingir metas de descarbonização.

Também nesse ponto, a atuação do poder público é considerada insuficiente: 88% acreditam que há falta de incentivo tributário para fazer esse tipo de mudança.
Mercado de carbono

Além dessas medidas, a criação de um mercado regulado de carbono é apontada pelos entrevistados como um avanço necessário na agenda sustentável.

Para 78% dos empresários, a lei que regulamenta a iniciativa, em discussão na Câmara dos Deputados, é considerada importante ou muito importante.

“O mercado regulado de carbono que contemple, por exemplo, a participação da indústria na governança e não considere sanções e penalidade desproporcional, vai contribuir para que o país atinja as metas climáticas”, disse Muniz.

Para ele, a iniciativa precisa ser entendida como uma medida complementar a outras agendas verdes, como a “expansão das energias renováveis, o fortalecimento da política nacional de biocombustíveis e, principalmente, a redução do desmatamento ilegal”, complementou.

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