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MME e EPE traçam cenários do planejamento energético até 2055

O MME (Ministério de Minas e Energia) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) lançaram, nesta segunda-feira (06), o primeiro caderno do Plano Nacional de Energia (PNE) 2055. O estudo avalia as principais tendências e incertezas para o horizonte, além de reunir os cenários energéticos qualitativos que são insumos tanto para a construção da nova edição do PNE 2055, quanto para o Plano Nacional de Transição Energética (Plante).

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O caderno explora distintas possibilidades de futuro e lidar de maneira eficaz com as principais incertezas que se apresentam são desafios inerentes ao planejamento de longo prazo. De acordo com a publicação, novos temas emergem, trazendo consigo uma série de transformações nos sistemas energéticos, que exigem um acompanhamento constante e uma visão ampliada de longo prazo sobre cada um deles.

Entre essas mudanças, segundo o caderno, estão as relacionadas ao clima, à transição energética, à evolução das inovações tecnológicas e às de hábitos de consumo, o que aumenta a complexidade do ambiente externo.

Durante o processo de construção do plano, o MME destacou que houve um olhar cuidadoso que se centrou no mapeamento de fatores que têm influência relevante na evolução futura do sistema energético no Brasil. Essa dinâmica teve como resultado a definição de sete grandes tendências e vinte incertezas no horizonte 2055 que, de uma forma geral, moldaram a construção de cinco possíveis trajetórias de futuro.

Nesse sentido, a prospectiva e os métodos de construção de cenários se destacam como instrumentos valiosos, apoiando a compreensão desse ambiente complexo e facilitando o planejamento de longo prazo.

“Esses métodos não apenas ajudam na criação de uma visão compartilhada do futuro entre os diversos agentes envolvidos, mas também contribuem para o alcance do futuro desejado, adotando uma abordagem sistêmica e não linear”, pontuou Thiago Barral, secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME.

Thiago Prado, presidente da EPE, enfatizou que o caderno Cenários Energéticos agrupa os principais insumos produzidos entre março de 2023 e junho de 2024, como parte da construção do PNE 2055. “O processo participativo, conduzido pela EPE em colaboração com o MME, representa uma abordagem inovadora no desenvolvimento de estudos de cenarização de longo prazo”, concluiu.

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Inflação sobe 0,56% em outubro puxada novamente pela conta de luz

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no Brasil, acelerou 0,56% em outubro, ficando 0,12 p.p (ponto percentual) acima da taxa registrada em setembro (0,44%), informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (8).

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados, a maior influência nos resultados de outubro foi o grupo de Habitação (1,49%), com uma contribuição de 0,23 p.p no crescimento da inflação.

Nesse setor, o resultado foi influenciado, principalmente, pela energia elétrica residencial, que subiu 4,74% devido à vigência da bandeira tarifária vermelha no patamar 2 – que adiciona R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos. Além disso, foram verificados os seguintes reajustes tarifários no período:

-Goiânia (9,62%), com reajuste de 4,97% a partir de 22 de outubro;
-Brasília (5,49%), com redução de 2,98% a partir de 22 de outubro;
-São Paulo (6,00%), com redução de 2,88% em uma das concessionárias a partir de 23 de outubro.

Esse é o segundo mês consecutivo que o preço da energia elétrica acaba sendo o principal impulsionador da inflação no país. Em setembro, o aumento percentual foi de 5,36%.

Além do setor de Habitação, outro importante grupo pesquisado pelo IBGE que ajudou a elevar a inflação em outubro foi o de “Alimentação e Bebidas”, com elevação de 1,06% nos preços e uma contribuição de 0,23 p.p no resultado final do IPCA.

No ano, a inflação no Brasil acumula alta de 3,88% e, nos últimos 12 meses, de 4,76%, sendo este um indicador acima dos 4,42% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

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Financiamento para energia solar cresce após volta da bandeira vermelha

Os novos aumentos na conta de luz, que entraram em vigor com o acionamento da bandeira vermelha tarifária nos meses de setembro e outubro, estão impulsionando os financiamentos para sistemas de energia solar no Brasil.

O volume de créditos liberados para projetos fotovoltaicos de micro e minigeração distribuída cresceu 22,7% no mês de setembro em comparação com agosto.

Com o acionamento da bandeira vermelha na conta de luz, a tomada de decisão (de muitos consumidores) acaba sendo pelas instalações fotovoltaicas. A conta é simples: além de haver mais facilidade de contratação de financiamento, o tempo de retorno do investimento cai de forma expressiva.

De 1º de setembro até agora, mais de 64,7 mil casas brasileiras tiveram sistemas fotovoltaicos instalados, segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), com boa parte sendo financiada pelas instituições que atuam no segmento.

Embora o maior público para instalações de painéis solares seja o de consumidores residenciais, também chama a atenção para um aumento crescente no número de “financiamento de energia solar para condomínios, que buscam reduzir a conta do consumo das áreas comuns dos prédios.

–Bandeira vermelha

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) em 2015, sendo composto pelas cores verde, amarela e vermelha (nos patamares 1 e 2).

Essa sequência indica o custo da energia: verde quer dizer que não há custo adicional, a amarela indica um leve acréscimo na conta de luz e a vermelha traz um custo maior aos consumidores brasileiros.

O aumento da tarifa sinaliza a necessidade da população reduzir o consumo de luz por causa do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas e da necessidade de ligar mais termelétricas, que têm custo maior de geração de energia.

A bandeira vermelha 1 foi acionada no mês de setembro, enquanto que a do patamar 2 foi em outubro. No final de cada mês, a ANEEL sempre anuncia qual será a cor da bandeira tarifária vigente para o mês seguinte.

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Consumo de energia elétrica teve alta de 8% em fevereiro, afirma EPE

O mês de fevereiro registrou o quarto recorde de consumo de energia elétrica em toda a série histórica da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), iniciada em 2004.

O consumo nacional de energia elétrica foi de 46.314 GWh, alta de 8% em comparação com o mesmo período do ano anterior. As informações são da Resenha Mensal da EPE.

A resenha afirma que a classe residencial liderou, pelo quinto mês consecutivo, a taxa de expansão de dois dígitos. Comércio e indústria também cresceram.

Já o consumo acumulado nos últimos 12 meses foi de 538.384 GWh, alta de 5,4% na comparação com igual período do ano anterior.
Consumo industrial

O consumo industrial totalizou 15.546 GWh de eletricidade em fevereiro, com um crescimento de 6,5% em comparação interanual.

Todas as regiões tiveram um aumento no consumo: Sul (+8,9%), Nordeste (+8,0%), Sudeste (+6,2%), Centro-Oeste (+6,0%) e Norte (+1,1%).

“Apenas 5 dos 37 setores monitorados da indústria retraíram seus consumos na comparação com fevereiro de 2023”, afirmou a resenha.
Consumo residencial

Com relação à classe residencial, o consumo de energia elétrica foi de 15.202 GWh – o terceiro maior de toda a série histórica desde 2004 – obtendo uma alta de 11,1% em fevereiro deste ano.

Segundo a EPE, é o oitavo mês consecutivo com temperaturas acima da média histórica. As ondas de calor no país puxaram a expansão do consumo em fevereiro.
Todas as regiões tiveram aumento no consumo no mês de fevereiro, com destaque para o Centro-Oeste (+12,0%) e Norte (+11,8%), seguido do Nordeste (+8,9%), Sudeste (+7,2%) e Sul (+6,1%). Treze estados tiveram aumento de dois dígitos, com destaque para o Amapá (+37,5%).
Consumo comercial

A classe comercial cresceu 8,8% frente ao mesmo mês de 2023, atingindo o consumo de 8.895 GWh. “O consumo reduziu em relação a dezembro e janeiro, porém, o valor foi o terceiro maior já registrado em toda a série histórica da EPE”, ressaltou a EPE.

Todas as regiões e estados apontaram taxas positivas de consumo em fevereiro. A região Norte (+15,4%) foi a que mais expandiu, seguida pelo Sudeste (+9,4%), Centro-Oeste (+8,4%), Sul (+7,5%) e Nordeste (+6,7%). Entre os estados, o destaque também foi para o Amapá (+36,0%).
ACL e ACR

Quanto ao ambiente de contratação livre, o mesmo atingiu 18.466 GWh – respondendo por 38,9% do consumo nacional de energia elétrica em fevereiro, registrando um crescimento de 11,5% no consumo e de 32,2% no número de consumidores, em comparação com fevereiro de 2023.

O Nordeste foi a região que mais expandiu o consumo (+15,4%) e o número de consumidores (+44,2%). “A expansão do número de consumidores livres está em linha com as migrações previstas para 2024 pela ANEEL, após portaria do MME 50/2022 que amplia a possibilidade de migração a todos consumidores do grupo A”, disse a EPE.

Já o ambiente de contratação regulado atingiu 27.847 GWh – respondendo por 60,1% do consumo nacional de eletricidade em fevereiro, alta de 5,8%.

Segundo os dados da resenha, o número de unidades consumidoras aumentou 1,4% no período, apesar da migração de consumidores para o mercado livre.

No mercado regulado, o Norte (+17,9%) registrou a maior expansão do consumo, enquanto o Nordeste (+2,6%), do número de consumidores.

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Brasileiros ficaram, em média, mais de 10 horas sem energia em 2023

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou, na última sexta-feira (15), o desempenho das concessionárias no fornecimento de energia em 2023. O relatório aponta que, em média, os consumidores ficaram sem eletricidade por cerca de 10,4 horas, com 5,24 interrupções no ano.

Ambas as marcas ficaram abaixo do limite estipulado pela Agência, que era de 11,29 horas e 7,85 interrupções, apesar de registros de diversos apagões no ano passado no país. Em 2022, os brasileiros ficaram 11,2 horas sem eletricidade, com 5,47 quedas de energia.

Dois dos principais incidentes aconteceram, por exemplo, em São Paulo e no Rio Grande do Sul, onde consumidores ficaram dias sem energia e ambas as concessionárias responsáveis foram alvo de questionamentos por parte de órgãos fiscalizadores, como o Ministério Público.

Em São Paulo, a ENEL chegou, inclusive, a ser multada pela ANEEL em mais de R$ 165 milhões por não ter prestado um serviço condizente com o esperado.

Para a Agência, a qualidade do serviço de transmissão aumentou em 2023, com quedas tanto na frequência quanto no tempo médio de queda de energia.

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Consumo de eletricidade em janeiro é o segundo maior da história

O consumo de eletricidade no Brasil alcançou 46.715 GWh em janeiro, o que representa um crescimento de 9,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.

O indicador é fundamental para compreensão do comportamento da sociedade e do desempenho da economia brasileira.

Segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), esse é o segundo maior consumo mensal de toda a série histórica desde 2004. Desde outubro de 2023, o país registra recordes de uso de eletricidade.

O desempenho em janeiro é explicado pelo aumento das temperaturas (por conta dos consumidores fazerem mais uso de equipamentos de refrigeração) e pela expansão de setores como comercial e industrial.

“Desde outubro de 2023, o país registra consumos recordes de eletricidade. Impulsionados pelas altas temperaturas, os consumos das classes residencial e comercial registraram taxas de expansão de dois dígitos pelo quarto mês consecutivo. A indústria também consumiu mais”, destaca a EPE.

Puxado pelo calor e clima seco, o consumo residencial foi de 15.396 GWh em janeiro, expansão de 15,7%. Essa é a maior taxa de crescimento desde 2004.

“Além disso, a alta no número de consumidores residenciais – muito em função das ações de combate às perdas e o bom desempenho de indicadores econômicos do Brasil, como a queda na taxa de desemprego e o aumento da renda também favoreceram o crescimento do consumo da classe”, diz a EPE.

O consumo da classe comercial foi 10,3% mais alto no período, chegando a 8.908 GWh. A temperatura, o bom comportamento do comércio e a expansão de consumidores comerciais influenciaram no consumo da classe.

Por sua vez, o consumo industrial (15.498 GWh) avançou 3,7% em janeiro. Entre os setores monitorados que mais consumiram, destaque para metalurgia (5,5%), extração de minerais metálicos (5,4%) e fabricação de papel e celulose (3,7%). No total, 20 dos 37 setores monitorados apresentaram variação positiva.
Mercado Regulado e Mercado Livre

O consumo no Mercado Livre de Energia, ambiente onde se encontram muitas empresas, atingiu 18.504 GWh, crescimento de 8,7% em relação a janeiro de 2023. Na comparação anual, houve o aumento de 22,4% no número de consumidores livres.

De acordo com a EPE, “além da migração de consumidores do mercado regulado, também contribuíram para o resultado no mercado livre a expansão no consumo da indústria, em especial dos mais eletrointensivos, e na parcela livre da classe comercial”.

Já o mercado regulado consumiu 28.211 GWh, alta de 9,4%. Houve aumento no de 1,8% no número de unidades consumidoras.

O Mercado Livre representou 39,6% do consumo nacional de energia elétrica em janeiro. O mercado regulado, 60,4%.
Carga de energia

O ONS (Operador Nacional do Sistema) também divulgou a carga de energia do SIN (Sistema Interligado Nacional). Em janeiro, a carga ficou em 79.583 MWmed, aumento de 6,7%. Nos últimos 12 meses, a expansão foi de 5,7%.

Lembrando que a carga de energia é a soma do consumo mais as perdas elétricas próprias do transporte de eletricidade. Os dados do ONS e da EPE divergem porque ambos usam métricas diferentes, porém fundamentais para entender o comportamento do setor elétrico.

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América Latina deve desempenhar papel essencial na transição energética global

Em um momento de crescente incerteza geopolítica e aceleração das transições energéticas, uma extraordinária dotação de recursos energéticos e minerais e um histórico de liderança em energia limpa posicionam a América Latina e o Caribe para desempenhar um papel cada vez mais influente no setor energético global, de acordo com um novo relatório da IEA (Agência Internacional de Energia).

O panorama energético da América Latina e Caribe é a primeira análise profunda e abrangente da Agência sobre a região, abarcando toda a gama de combustíveis e tecnologias de energia em todos os seus 33 países.

O relatório concluiu que a riqueza de recursos e de experiência em desenvolvê-los nessas regiões – desde energias renováveis de alta qualidade até petróleo e gás e minerais críticos – poderiam fazer grandes contribuições para a segurança energética global e para transições para energia limpa junto com os pacotes certos de políticas, além de impulsionar a própria transição e gerar grandes benefícios para as economias locais após uma década de crescimento lento.

De acordo com a IEA, o estudo especial baseia-se em contribuições substanciais de funcionários públicos, especialistas e partes interessadas, somando-se a décadas de trabalho da AIE com a região em questões de energia e clima.

“A América Latina e o Caribe já têm um dos setores de eletricidade mais limpos do mundo, oferecendo perspectivas brilhantes para futuras indústrias de energia limpa. As renováveis, lideradas pela energia hidrelétrica, geram 60% da eletricidade da região, o dobro da média global, enquanto alguns dos melhores recursos eólicos e solares do mundo podem ser encontrados em países como Brasil, México, Chile e Argentina”, apontaram.

O uso de bioenergia é generalizado em toda a região, que é uma grande exportadora de biocombustíveis. Enquanto isso, os países da América Latina e do Caribe detêm cerca de 15% dos recursos globais de petróleo e gás natural.

Além disso, a região é muito importante para a produção de minerais que são componentes essenciais de muitas das tecnologias de energia limpa que estão crescendo rapidamente – detendo cerca de metade das reservas globais de lítio e mais de um terço das reservas de cobre e prata. A geração de eletricidade limpa na região estabelece uma base para a mineração e o processamento sustentáveis desses materiais.

“A América Latina e o Caribe podem desempenhar um papel de destaque na nova economia global de energia. Com recursos naturais incríveis e um compromisso de longa data com as renováveis, os países da região já têm uma vantagem inicial em transições seguras e sustentáveis para a energia limpa”, disse Fatih Birol, diretor executivo da IEA.

“O apoio a essas transições estimularia o crescimento das economias locais e colocaria o sistema energético mundial em uma base mais segura. Nosso relatório mostra que a elaboração de políticas de apoio e a cooperação internacional são essenciais para garantir que a região possa aproveitar ao máximo seu notável potencial energético”, ressaltou.

O novo Outlook revela uma lacuna substancial na implementação de políticas. Dezesseis dos 33 países da região se comprometeram a atingir emissões líquidas zero até meados do século ou antes disso, e a maioria apresentou contribuições nacionalmente determinadas mais ambiciosas vinculadas ao Acordo de Paris de 2015.

No entanto, com as configurações políticas atuais, a IEA relatou que a região deve continuar usando combustíveis fósseis para atender a uma grande parte de suas necessidades energéticas, especialmente para o transporte rodoviário, enquanto o progresso em transições para energia limpa deve permanecer limitado.

Em comparação, o relatório concluiu que, se as promessas anunciadas pelos países forem cumpridas, a América Latina e o Caribe veriam as energias renováveis atenderem a toda a nova demanda de eletricidade nesta década.

Isso permitiria, conforme a pesquisa, que as exportações de petróleo aumentasse em quase 2 milhões de barris por dia até 2030, diversificando o suprimento global e aumentando as receitas.

Recursos renováveis competitivos também impulsionariam a produção de hidrogênio de baixo custo e baixas emissões, que pode ajudar a descarbonizar a indústria pesada e o transporte de carga em âmbito nacional e internacional. A produção de biocombustíveis aumentaria, e no longo prazo as receitas vindas de minerais críticos dobrariam para quase US$ 200 bilhões, superando as dos combustíveis fósseis.
Ações para reduzir as emissões

O relatório identificou quatro ações chave para reduzir as emissões de dióxido de carbono relacionadas à energia: acelerar a adoção de energia renovável, promover a eletrificação da indústria e do transporte, impulsionar a eficiência energética para moderar o crescimento da demanda e aumentar o acesso a soluções limpas. “Notavelmente, a aceleração das energias renováveis é responsável por cobrir 40% da lacuna de emissões entre o que é projetado com base nas configurações políticas atuais e um cenário em que as promessas anunciadas são cumpridas”, enfatizaram.

O investimento na região também precisa crescer substancialmente, de acordo com o estudo. Para cumprir essas promessas, o financiamento de projetos de energia limpa precisa dobrar até 2030 para US$ 150 bilhões e quintuplicar até 2050. Nesse cenário, a proporção de investimento em fontes limpas em relação aos em combustíveis fósseis sem abatimento de emissões sobe de cerca de 1:1 atualmente para 4:1 na década de 2030.

Transições centradas em pessoas também devem se concentrar no provimento de acesso universal à energia moderna a preços acessíveis, de acordo com o relatório, pois 17 milhões de pessoas na região não têm acesso à eletricidade e 74 milhões não têm acesso a energia limpa para cozinhar.

Além de combater as emissões de CO2, os principais produtores da região podem reduzir as emissões de metano das suas operações de petróleo e gás em quase 80% a um baixo custo e em cerca de 40% sem custos líquidos, apoiando o Compromisso Global do Metano que a maioria dos países assinou.

Considerando as promessas anunciadas, as emissões resultantes de mudanças no uso da terra e da agricultura, que atualmente representam metade das emissões de gases de efeito estufa de toda a economia da região, são reduzidas até o final da década, chegando a neutralidade de emissões. Cerca de 85% das florestas da região estão em países que fazem parte do Compromisso de Glasgow, que tem como objetivo acabar com o desmatamento até 2030.

“O relatório especial é um marco em nosso trabalho com os países da América Latina e do Caribe, e esperamos contribuir para uma maior colaboração regional e bilateral inspirada por esta análise, que estabelece um caminho claro para que os países atinjam seus objetivos de energia”, comentou Birol. “A IEA está pronta para apoiar os governos da região à medida que avançam em suas transições para energia limpa, construindo um sistema de energia global mais seguro e mais justo neste processo”, finalizou.

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Usina solar fornecerá energia para três terminais de ônibus em São Paulo

A ViaMobilidade, operadora da Linha 5-Lilás do metrô de São Paulo, iniciou a operação de uma usina solar instalada no telhado do terminal Guido Caloi, anexo à estação Santo Amaro. Ocupando um espaço de 300 metros quadrados, os 196 painéis fotovoltaicos têm capacidade de gerar até 11 megawatts-hora (MWh).

Segundo a companhia, a usina fornecerá eletricidade para os sistemas de iluminação do terminal, tomadas, painéis de informação, entre outros. Além disso, parte da energia gerada será compartilhada com os terminais Campo Limpo e Capão Redondo, localizados na zona sul de São Paulo.

O projeto foi desenvolvido com o objetivo de promover o uso racional de energia elétrica e contribuir com ações de sustentabilidade. O valor do investimento não foi divulgado.
Projetos de uso de energia solar no sistema metroferroviário são uma aposta na redução do consumo e do custo de operação. O Metrô e a CPTM possuem estudos de implantação de plantas geradoras de energia em algumas estações.

Na linha 9-Esmeralda, também operada pela ViaMobilidade, as estações Cidade Jardim e Vila Olímpia contam com painéis solares que auxiliam na alimentação elétrica.

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