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Consumo de energia elétrica teve alta de 8% em fevereiro, afirma EPE

O mês de fevereiro registrou o quarto recorde de consumo de energia elétrica em toda a série histórica da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), iniciada em 2004.

O consumo nacional de energia elétrica foi de 46.314 GWh, alta de 8% em comparação com o mesmo período do ano anterior. As informações são da Resenha Mensal da EPE.

A resenha afirma que a classe residencial liderou, pelo quinto mês consecutivo, a taxa de expansão de dois dígitos. Comércio e indústria também cresceram.

Já o consumo acumulado nos últimos 12 meses foi de 538.384 GWh, alta de 5,4% na comparação com igual período do ano anterior.
Consumo industrial

O consumo industrial totalizou 15.546 GWh de eletricidade em fevereiro, com um crescimento de 6,5% em comparação interanual.

Todas as regiões tiveram um aumento no consumo: Sul (+8,9%), Nordeste (+8,0%), Sudeste (+6,2%), Centro-Oeste (+6,0%) e Norte (+1,1%).

“Apenas 5 dos 37 setores monitorados da indústria retraíram seus consumos na comparação com fevereiro de 2023”, afirmou a resenha.
Consumo residencial

Com relação à classe residencial, o consumo de energia elétrica foi de 15.202 GWh – o terceiro maior de toda a série histórica desde 2004 – obtendo uma alta de 11,1% em fevereiro deste ano.

Segundo a EPE, é o oitavo mês consecutivo com temperaturas acima da média histórica. As ondas de calor no país puxaram a expansão do consumo em fevereiro.
Todas as regiões tiveram aumento no consumo no mês de fevereiro, com destaque para o Centro-Oeste (+12,0%) e Norte (+11,8%), seguido do Nordeste (+8,9%), Sudeste (+7,2%) e Sul (+6,1%). Treze estados tiveram aumento de dois dígitos, com destaque para o Amapá (+37,5%).
Consumo comercial

A classe comercial cresceu 8,8% frente ao mesmo mês de 2023, atingindo o consumo de 8.895 GWh. “O consumo reduziu em relação a dezembro e janeiro, porém, o valor foi o terceiro maior já registrado em toda a série histórica da EPE”, ressaltou a EPE.

Todas as regiões e estados apontaram taxas positivas de consumo em fevereiro. A região Norte (+15,4%) foi a que mais expandiu, seguida pelo Sudeste (+9,4%), Centro-Oeste (+8,4%), Sul (+7,5%) e Nordeste (+6,7%). Entre os estados, o destaque também foi para o Amapá (+36,0%).
ACL e ACR

Quanto ao ambiente de contratação livre, o mesmo atingiu 18.466 GWh – respondendo por 38,9% do consumo nacional de energia elétrica em fevereiro, registrando um crescimento de 11,5% no consumo e de 32,2% no número de consumidores, em comparação com fevereiro de 2023.

O Nordeste foi a região que mais expandiu o consumo (+15,4%) e o número de consumidores (+44,2%). “A expansão do número de consumidores livres está em linha com as migrações previstas para 2024 pela ANEEL, após portaria do MME 50/2022 que amplia a possibilidade de migração a todos consumidores do grupo A”, disse a EPE.

Já o ambiente de contratação regulado atingiu 27.847 GWh – respondendo por 60,1% do consumo nacional de eletricidade em fevereiro, alta de 5,8%.

Segundo os dados da resenha, o número de unidades consumidoras aumentou 1,4% no período, apesar da migração de consumidores para o mercado livre.

No mercado regulado, o Norte (+17,9%) registrou a maior expansão do consumo, enquanto o Nordeste (+2,6%), do número de consumidores.

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Brasileiros ficaram, em média, mais de 10 horas sem energia em 2023

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou, na última sexta-feira (15), o desempenho das concessionárias no fornecimento de energia em 2023. O relatório aponta que, em média, os consumidores ficaram sem eletricidade por cerca de 10,4 horas, com 5,24 interrupções no ano.

Ambas as marcas ficaram abaixo do limite estipulado pela Agência, que era de 11,29 horas e 7,85 interrupções, apesar de registros de diversos apagões no ano passado no país. Em 2022, os brasileiros ficaram 11,2 horas sem eletricidade, com 5,47 quedas de energia.

Dois dos principais incidentes aconteceram, por exemplo, em São Paulo e no Rio Grande do Sul, onde consumidores ficaram dias sem energia e ambas as concessionárias responsáveis foram alvo de questionamentos por parte de órgãos fiscalizadores, como o Ministério Público.

Em São Paulo, a ENEL chegou, inclusive, a ser multada pela ANEEL em mais de R$ 165 milhões por não ter prestado um serviço condizente com o esperado.

Para a Agência, a qualidade do serviço de transmissão aumentou em 2023, com quedas tanto na frequência quanto no tempo médio de queda de energia.

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Consumo de eletricidade em janeiro é o segundo maior da história

O consumo de eletricidade no Brasil alcançou 46.715 GWh em janeiro, o que representa um crescimento de 9,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.

O indicador é fundamental para compreensão do comportamento da sociedade e do desempenho da economia brasileira.

Segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), esse é o segundo maior consumo mensal de toda a série histórica desde 2004. Desde outubro de 2023, o país registra recordes de uso de eletricidade.

O desempenho em janeiro é explicado pelo aumento das temperaturas (por conta dos consumidores fazerem mais uso de equipamentos de refrigeração) e pela expansão de setores como comercial e industrial.

“Desde outubro de 2023, o país registra consumos recordes de eletricidade. Impulsionados pelas altas temperaturas, os consumos das classes residencial e comercial registraram taxas de expansão de dois dígitos pelo quarto mês consecutivo. A indústria também consumiu mais”, destaca a EPE.

Puxado pelo calor e clima seco, o consumo residencial foi de 15.396 GWh em janeiro, expansão de 15,7%. Essa é a maior taxa de crescimento desde 2004.

“Além disso, a alta no número de consumidores residenciais – muito em função das ações de combate às perdas e o bom desempenho de indicadores econômicos do Brasil, como a queda na taxa de desemprego e o aumento da renda também favoreceram o crescimento do consumo da classe”, diz a EPE.

O consumo da classe comercial foi 10,3% mais alto no período, chegando a 8.908 GWh. A temperatura, o bom comportamento do comércio e a expansão de consumidores comerciais influenciaram no consumo da classe.

Por sua vez, o consumo industrial (15.498 GWh) avançou 3,7% em janeiro. Entre os setores monitorados que mais consumiram, destaque para metalurgia (5,5%), extração de minerais metálicos (5,4%) e fabricação de papel e celulose (3,7%). No total, 20 dos 37 setores monitorados apresentaram variação positiva.
Mercado Regulado e Mercado Livre

O consumo no Mercado Livre de Energia, ambiente onde se encontram muitas empresas, atingiu 18.504 GWh, crescimento de 8,7% em relação a janeiro de 2023. Na comparação anual, houve o aumento de 22,4% no número de consumidores livres.

De acordo com a EPE, “além da migração de consumidores do mercado regulado, também contribuíram para o resultado no mercado livre a expansão no consumo da indústria, em especial dos mais eletrointensivos, e na parcela livre da classe comercial”.

Já o mercado regulado consumiu 28.211 GWh, alta de 9,4%. Houve aumento no de 1,8% no número de unidades consumidoras.

O Mercado Livre representou 39,6% do consumo nacional de energia elétrica em janeiro. O mercado regulado, 60,4%.
Carga de energia

O ONS (Operador Nacional do Sistema) também divulgou a carga de energia do SIN (Sistema Interligado Nacional). Em janeiro, a carga ficou em 79.583 MWmed, aumento de 6,7%. Nos últimos 12 meses, a expansão foi de 5,7%.

Lembrando que a carga de energia é a soma do consumo mais as perdas elétricas próprias do transporte de eletricidade. Os dados do ONS e da EPE divergem porque ambos usam métricas diferentes, porém fundamentais para entender o comportamento do setor elétrico.

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América Latina deve desempenhar papel essencial na transição energética global

Em um momento de crescente incerteza geopolítica e aceleração das transições energéticas, uma extraordinária dotação de recursos energéticos e minerais e um histórico de liderança em energia limpa posicionam a América Latina e o Caribe para desempenhar um papel cada vez mais influente no setor energético global, de acordo com um novo relatório da IEA (Agência Internacional de Energia).

O panorama energético da América Latina e Caribe é a primeira análise profunda e abrangente da Agência sobre a região, abarcando toda a gama de combustíveis e tecnologias de energia em todos os seus 33 países.

O relatório concluiu que a riqueza de recursos e de experiência em desenvolvê-los nessas regiões – desde energias renováveis de alta qualidade até petróleo e gás e minerais críticos – poderiam fazer grandes contribuições para a segurança energética global e para transições para energia limpa junto com os pacotes certos de políticas, além de impulsionar a própria transição e gerar grandes benefícios para as economias locais após uma década de crescimento lento.

De acordo com a IEA, o estudo especial baseia-se em contribuições substanciais de funcionários públicos, especialistas e partes interessadas, somando-se a décadas de trabalho da AIE com a região em questões de energia e clima.

“A América Latina e o Caribe já têm um dos setores de eletricidade mais limpos do mundo, oferecendo perspectivas brilhantes para futuras indústrias de energia limpa. As renováveis, lideradas pela energia hidrelétrica, geram 60% da eletricidade da região, o dobro da média global, enquanto alguns dos melhores recursos eólicos e solares do mundo podem ser encontrados em países como Brasil, México, Chile e Argentina”, apontaram.

O uso de bioenergia é generalizado em toda a região, que é uma grande exportadora de biocombustíveis. Enquanto isso, os países da América Latina e do Caribe detêm cerca de 15% dos recursos globais de petróleo e gás natural.

Além disso, a região é muito importante para a produção de minerais que são componentes essenciais de muitas das tecnologias de energia limpa que estão crescendo rapidamente – detendo cerca de metade das reservas globais de lítio e mais de um terço das reservas de cobre e prata. A geração de eletricidade limpa na região estabelece uma base para a mineração e o processamento sustentáveis desses materiais.

“A América Latina e o Caribe podem desempenhar um papel de destaque na nova economia global de energia. Com recursos naturais incríveis e um compromisso de longa data com as renováveis, os países da região já têm uma vantagem inicial em transições seguras e sustentáveis para a energia limpa”, disse Fatih Birol, diretor executivo da IEA.

“O apoio a essas transições estimularia o crescimento das economias locais e colocaria o sistema energético mundial em uma base mais segura. Nosso relatório mostra que a elaboração de políticas de apoio e a cooperação internacional são essenciais para garantir que a região possa aproveitar ao máximo seu notável potencial energético”, ressaltou.

O novo Outlook revela uma lacuna substancial na implementação de políticas. Dezesseis dos 33 países da região se comprometeram a atingir emissões líquidas zero até meados do século ou antes disso, e a maioria apresentou contribuições nacionalmente determinadas mais ambiciosas vinculadas ao Acordo de Paris de 2015.

No entanto, com as configurações políticas atuais, a IEA relatou que a região deve continuar usando combustíveis fósseis para atender a uma grande parte de suas necessidades energéticas, especialmente para o transporte rodoviário, enquanto o progresso em transições para energia limpa deve permanecer limitado.

Em comparação, o relatório concluiu que, se as promessas anunciadas pelos países forem cumpridas, a América Latina e o Caribe veriam as energias renováveis atenderem a toda a nova demanda de eletricidade nesta década.

Isso permitiria, conforme a pesquisa, que as exportações de petróleo aumentasse em quase 2 milhões de barris por dia até 2030, diversificando o suprimento global e aumentando as receitas.

Recursos renováveis competitivos também impulsionariam a produção de hidrogênio de baixo custo e baixas emissões, que pode ajudar a descarbonizar a indústria pesada e o transporte de carga em âmbito nacional e internacional. A produção de biocombustíveis aumentaria, e no longo prazo as receitas vindas de minerais críticos dobrariam para quase US$ 200 bilhões, superando as dos combustíveis fósseis.
Ações para reduzir as emissões

O relatório identificou quatro ações chave para reduzir as emissões de dióxido de carbono relacionadas à energia: acelerar a adoção de energia renovável, promover a eletrificação da indústria e do transporte, impulsionar a eficiência energética para moderar o crescimento da demanda e aumentar o acesso a soluções limpas. “Notavelmente, a aceleração das energias renováveis é responsável por cobrir 40% da lacuna de emissões entre o que é projetado com base nas configurações políticas atuais e um cenário em que as promessas anunciadas são cumpridas”, enfatizaram.

O investimento na região também precisa crescer substancialmente, de acordo com o estudo. Para cumprir essas promessas, o financiamento de projetos de energia limpa precisa dobrar até 2030 para US$ 150 bilhões e quintuplicar até 2050. Nesse cenário, a proporção de investimento em fontes limpas em relação aos em combustíveis fósseis sem abatimento de emissões sobe de cerca de 1:1 atualmente para 4:1 na década de 2030.

Transições centradas em pessoas também devem se concentrar no provimento de acesso universal à energia moderna a preços acessíveis, de acordo com o relatório, pois 17 milhões de pessoas na região não têm acesso à eletricidade e 74 milhões não têm acesso a energia limpa para cozinhar.

Além de combater as emissões de CO2, os principais produtores da região podem reduzir as emissões de metano das suas operações de petróleo e gás em quase 80% a um baixo custo e em cerca de 40% sem custos líquidos, apoiando o Compromisso Global do Metano que a maioria dos países assinou.

Considerando as promessas anunciadas, as emissões resultantes de mudanças no uso da terra e da agricultura, que atualmente representam metade das emissões de gases de efeito estufa de toda a economia da região, são reduzidas até o final da década, chegando a neutralidade de emissões. Cerca de 85% das florestas da região estão em países que fazem parte do Compromisso de Glasgow, que tem como objetivo acabar com o desmatamento até 2030.

“O relatório especial é um marco em nosso trabalho com os países da América Latina e do Caribe, e esperamos contribuir para uma maior colaboração regional e bilateral inspirada por esta análise, que estabelece um caminho claro para que os países atinjam seus objetivos de energia”, comentou Birol. “A IEA está pronta para apoiar os governos da região à medida que avançam em suas transições para energia limpa, construindo um sistema de energia global mais seguro e mais justo neste processo”, finalizou.

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Usina solar fornecerá energia para três terminais de ônibus em São Paulo

A ViaMobilidade, operadora da Linha 5-Lilás do metrô de São Paulo, iniciou a operação de uma usina solar instalada no telhado do terminal Guido Caloi, anexo à estação Santo Amaro. Ocupando um espaço de 300 metros quadrados, os 196 painéis fotovoltaicos têm capacidade de gerar até 11 megawatts-hora (MWh).

Segundo a companhia, a usina fornecerá eletricidade para os sistemas de iluminação do terminal, tomadas, painéis de informação, entre outros. Além disso, parte da energia gerada será compartilhada com os terminais Campo Limpo e Capão Redondo, localizados na zona sul de São Paulo.

O projeto foi desenvolvido com o objetivo de promover o uso racional de energia elétrica e contribuir com ações de sustentabilidade. O valor do investimento não foi divulgado.
Projetos de uso de energia solar no sistema metroferroviário são uma aposta na redução do consumo e do custo de operação. O Metrô e a CPTM possuem estudos de implantação de plantas geradoras de energia em algumas estações.

Na linha 9-Esmeralda, também operada pela ViaMobilidade, as estações Cidade Jardim e Vila Olímpia contam com painéis solares que auxiliam na alimentação elétrica.

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Cresce o uso da energia solar nos estados do Acre e Rondônia

O CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) autorizou na semana passada o acionamento das termelétricas Termonorte 1 e 2, que juntas somam pouco mais de 410 MW de potência, para reforçar o suprimento de energia elétrica nos estados do Acre e Rondônia.

A decisão foi necessária por causa do desligamento da hidrelétrica de Santo Antônio (3.150 MW), cuja operação precisou ser interrompida devido à seca que reduziu pela metade a vazão do Rio Madeira (RO) neste ano.

Essas termelétricas têm um custo de operação muito superior ao das hidrelétricas e das renováveis, além de utilizar o óleo diesel como combustível, extremamente poluente por emitir gases causadores do efeito estufa.

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) trabalha para regularizar a operação das duas usinas, que estão em outorgas, descontratadas e não possuem contrato de conexão com a rede de transmissão, segundo entrevista do diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, ao Valor Econômico. Ainda não há previsão de quando as usinas entrarão em operação.

Por outro lado, a energia solar está em expansão nos dois estados do Norte do país, com cada vez mais consumidores procurando gerar a própria energia limpa e renovável.

Levantamento feito pelo Canal Solar, com base em dados da ANEEL, aponta que o número de sistemas fotovoltaicos em operação no Acre e em Rondônia cresceu, respectivamente, 27,34% e 28,15% na comparação de 2022 com o ano anterior.

Rondônia é 22º estado em potência instalada de energia solar no ranking da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar), com 247,3 MW de capacidade. No total, são 19.186 sistemas, sendo que todos os 52 municípios rondonienses têm ao menos uma unidade gerando a própria energia. De janeiro a outubro, 4.311 sistemas foram adicionados, somando 58,3 MW.

Já o Acre ocupa a 25ª posição no ranking, com 63 MW e 5.029 sistemas espalhados em 21 dos 22 municípios do estado. Em 2023, foram 1.114 sistemas adicionados ou 17,5 MW.

A produção própria de energia vem crescendo em todo o Norte país, região onde as revisões tarifárias das concessionárias de energia têm elevado consideravelmente a conta de luz da população.

No Norte, há 131.402 sistemas de energia solar, somando 1.564 MW. Em 2022, foram instalados 44.436 unidades de geração distribuída, crescimento de 63% em relação a 2021. Até o início de outubro, foram instalados 38.892 sistemas na região, somando 476,9 MW, potência superior ao das duas termelétricas a óleo diesel.

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Transição energética exigirá mais de US$18 tri em investimentos até 2030, diz BCG 

Novo estudo realizado pelo BCG (Boston Consulting Group) mostra que a indústria precisará investir mais de US$ 18 trilhões em infraestrutura industrial e fontes de energia renovável, como eólica e solar, para que as metas para a redução de carbono sejam alcançadas.

De acordo com dados do BCG, as políticas atuais indicam que o aumento da temperatura pode atingir até +2,7°C até 2100. Para limitar o aquecimento global a apenas 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, é necessário acelerar a adoção de energias renováveis e outras soluções de baixo carbono.

“Mais de 775 milhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso à eletricidade e, ao mesmo tempo, as sociedades precisam de mais de 20 MWh de energia per capita para alcançar altos índices de prosperidade, que é calculado a partir da riqueza, crescimento econômico, bem-estar e qualidade de vida em um país. Para chegar nesses pontos, precisamos acelerar, o quanto antes, a substituição e a redução do uso dos combustíveis fósseis”, alertou André Pinto, diretor executivo e sócio sênior do BCG.

Além disso, a pesquisa também revelou que dos US$ 37 trilhões necessários para impulsionar a transição energética, empresas e governos se comprometeram a investir US$ 19 trilhões nos próximos sete anos, mas muito deste valor deverá ser direcionado ao desenvolvimento geral do mercado, além de não ser garantido.

A pesquisa também destacou, que até 2030, tecnologias comprovadas, como a eficiência energética; a eletrificação das necessidades finais (como veículos elétricos); a energia solar fotovoltaica e a energia eólica servirão como os principais fundamentos da transição.

“A maioria das ferramentas necessárias já está disponível, agora precisamos de políticas, compartilhamento de casos de sucesso e capacidade para que a transformação ocorra de fato”, disse o executivo.

“Os desafios da transição energética não devem ser subestimados, bem como as oportunidades que ela representa: no longo prazo, um sistema de energia com baixo impacto ambiental pode ser a resposta para problemas de hoje como sustentabilidade, acessibilidade e segurança energética”, finalizou.

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Energia solar adicionou 8 GW de capacidade operacional entre janeiro e julho

A energia solar adicionou cerca de 8 GW de capacidade operacional no Brasil entre os meses de janeiro e julho deste ano, segundo dados divulgados pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).

No período, foram 6 GW acrescidos por meio de sistemas fotovoltaicos de micro e minigeração e outros 2 GW a partir das usinas de geração centralizada. Ao todo, o Brasil acumula mais de 32 GW em operação desde o início da expansão da fonte.

Nos primeiros sete meses de 2023, o setor solar também foi responsável pela injeção de mais de R$ 33 bilhões em novos investimentos na fonte, saltando de R$ 121,1 bilhões em janeiro para R$ 155,2 bilhões em julho, uma elevação da ordem de 27%.

O mapeamento da ABSOLAR mostra ainda que foram criados 240 mil novos empregos nos primeiros sete meses do ano, além de repasses de cerca de R$ 6,9 bilhões em tributos e encargos para os cofres públicos no período.

Para Sergio Lucas, CEO da BelEnergy, distribuidora de equipamentos fotovoltaicos no País, as expectativas de crescimento do setor solar no Brasil são altas para este e os próximos anos.

“Espera-se um aumento significativo na demanda por energia solar por parte dos consumidores. Além disso, as novas tecnologias estão tornando os sistemas fotovoltaicos mais eficientes e acessíveis, o que impulsionará ainda mais o crescimento do setor no Brasil”, disse ele.

Roberto Caurim, CEO da Bluesun, explica que o crescimento da energia solar alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros, fatores cada vez mais importantes para a economia nacional e para o cumprimento dos compromissos ambientais assumidos pelo País.

“A fonte solar ajuda no processo de reindustrialização do Brasil, além de estimular a diversificação do suprimento de eletricidade, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz da população”, destacou.

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