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Países em desenvolvimento elevam ambições políticas de energia limpa

Segundo pesquisa realizada pela BNEF (BloombergNEF), os formuladores de políticas em mercados emergentes e economias em desenvolvimento estão aumentando suas atenções quando se trata de energia renovável.

Ao todo, mais de nove em cada dez países em desenvolvimento assumiram compromissos públicos para instalar e consumir certos volumes de energia renovável com prazos específicos. Isso representa um aumento de 82% no ano anterior e 67% em 2019.

As possíveis razões para a mudança podem incluir o desejo de demonstrar progresso antes das negociações climáticas globais da COP-27, ansiedade sobre a segurança energética em meio ao aumento dos preços dos combustíveis fósseis, temores sobre as mudanças climáticas ou simplesmente o apelo de apostar nas renováveis ​​porque são acessíveis.

De acordo com o Climatescope, em relação às metas de energia limpa de longo prazo dos mercados emergentes, as mesmas só podem ser alcançadas se os formuladores de políticas adotarem políticas de implementação concomitantes.

Nessa frente, o relatório oferece alguns sinais promissores de progresso. Nada menos que 56% dos mercados emergentes agora têm políticas para realizar leilões reversos para contratos de fornecimento de energia limpa, contra 49% no ano passado.

A popularidade da medição líquida também cresceu, com tais políticas em vigor em 53% dos mercados emergentes em 2022, em comparação com 49% no ano passado. Além disso, 30% dos mercados emergentes estabeleceram tarifas feed-in, aumentando de 27% em 2021.

A lacuna entre as metas de longo prazo e as políticas de implementação de curto prazo sugere que os formuladores de políticas têm um trabalho substancial pela frente. Mesmo em países que prometeram adotar leilões de energia renovável, medição líquida ou tarifas feed-in, pode faltar acompanhamento.

“Sem regulamentações de apoio, a implementação de políticas por si só não pode garantir que um país atraia a quantidade de investimento necessária para iniciar sua transição energética”, disse Sofia Maia, gerente de projeto do Climatescope.

“Entre as 15 nações desenvolvidas e emergentes que terminaram na parte inferior da tabela de pontuação da política de energia do Climatescope, apenas uma conseguiu garantir mais de US$ 2 bilhões em investimentos em energia limpa de 2017 a 2021”, apontou.

Para Ethan Zindler, chefe de pesquisa das Américas da BNEF, um programa para realizar leilões reversos para contratos de fornecimento de energia renovável só é útil se um país realmente executar tais leilões.

“Vimos muitos exemplos de países que estabeleceram metas de longo prazo, aprovaram políticas de curto prazo, mas falharam em implementá-las adequadamente”, finalizou.

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Projeto de irrigação com solar suprirá consumo energético de fazenda

A pequena cidade de Formosa do Rio Preto, localizada no Oeste da Bahia, de pouco mais de 25 mil habitantes, é referência quando o assunto é o agronegócio. Além da forte vocação para os grãos, o município se destaca no cultivo de algodão.

É neste solo que está localizada uma fazenda de 26 mil hectares, pertencente ao Grupo Leal. O grupo alagoano, que além do cultivo de algodão tem negócios no ramo de soja, madeira, eucalipto, grãos e cana-de-açúcar, é gerido por João Toledo.

Desde o ano passado, a empresa tem se estruturado em um projeto com objetivo de implantar nas lavouras 12 pivôs para irrigação na propriedade, uma região que não tem rede de energia elétrica.

Para resolver essa escassez energética das concessionárias, o produtor afirmou que estão realizando uma grande transformação com a irrigação em um sistema integrado.

“Além de resolver o déficit energético, ao mesmo tempo produziremos uma energia limpa com sustentabilidade por meio de painéis solares”, destacou Toledo.

Inicialmente, a fazenda começou com o cultivo da pluma de forma experimental em 2017, com o plantio de 400 hectares. Já no ano seguinte a área mais que quadruplicou atingindo 1.700/ha.

Já na atual safra 2022/23 foram plantados 3.200/ha “Nosso projeto é chegar a 5 mil hectares e aproveitar ainda mais a potência da nossa fábrica”, acrescentou o gestor.

A fazenda conta com uma algodoeira própria com capacidade para suprir a produção de até 15 mil hectares da cultura. “Observei que as fábricas próximas tinham um problema crônico: a capacidade de produção era baixa”.

“Além disso, quando expandiram as lavouras, o negócio ficava travado, pois ficaria muito caro construir uma segunda fábrica ou reformar a primeira. Por isso, projetamos a nossa pensando no crescimento futuro”, enfatizou.

Matriz energética própria

Para substituir aos poucos os geradores movidos a diesel, a fazenda buscou alternativas para tornar eficiente o funcionamento dos pivôs e da fábrica. A alternativa escolhida foi a energia solar.

Os painéis começam a ser instalados a partir de outubro e a previsão é que até dezembro tanto a fábrica quanto os pivôs sejam abastecidos por eles. O projeto está sendo implantado com a revenda Pivot, de Luiz Eduardo Magalhães/BA, através dos equipamentos e tecnologia Zimmatic, by Lindsay.

De acordo com João Morais, gerente comercial da loja, o projeto do Grupo Leal vai ser algo extremamente inovador, e o maior nesse modelo do Brasil. “Vamos ter cerca de 3 MW só para a irrigação. O maior gerador que existe hoje e temos conhecimento é de 1,2 MW, em Jaborandi (BA)”, relatou.

Tecnologia da irrigação

Para possibilitar um grande salto na produção, aumentando a produtividade na mesma área, a companhia recorreu à tecnologia da irrigação, um projeto inédito não somente na fazenda, mas também na região de Formosa do Rio Preto.

“Temos um abundante rio que corta a fazenda. Com a irrigação, projetamos ter duas safras ao invés de uma. Primeiro plantamos a soja no começo de outubro e colhemos em janeiro. Na sequência, semeamos o algodão para colher em julho”, calculou.

Além de ter a garantia da soja e do algodão produzidos, Toledo terá a certeza que não faltará água nos momentos mais importantes para a sua lavoura.

Outro ponto muito importante é a possibilidade de ampliar a produtividade. Atualmente a média brasileira é de 55 sacas por hectares, no Oeste da Bahia, há produtores colhendo acima de 60 sc/ha, e nas áreas irrigadas essa produtividade atinge até 80 sc/ha.

O mesmo raciocínio acontece com o algodão. Enquanto a média brasileira de produtividade é de 250 arrobas/ha, no Oeste da Bahia, esse índice chega a 300@/ha. Com a irrigação este número salta para 400@/ha.

“É uma diferença absurda, não há nem o que discutir. A irrigação vale muito e são esses resultados que estamos buscando”, ressaltou o produtor.

Na primeira fase do projeto traçado pelo empresário foram instalados seis pivôs de uma vez, que começaram a operar neste ano. Assim, a área irrigada atingiu 1.340/ha. Entretanto, outros seis equipamentos estão em fase final de instalação e nas próximas semanas estarão aptos para funcionar.

Com isso, a área total irrigada somará 2.240/ha. O projeto final completo deverá chegar a 8 mil/ha. “O que tem que se fazer é ter coragem de irrigar, porque são investimentos altos, mas na realidade é uma vez só e o retorno é certo”, destacou.

Potencial do Oeste baiano

De acordo com gerente comercial da Pivot, de 2020 para 2021 a região do Oeste da Bahia teve um crescimento exponencial na área irrigada. “São vários fatores atribuídos a esse número, entre eles: demanda aquecida, valorização dos preços de commodities e a localização privilegiada.

“As culturas de milho, soja, feijão, o próprio algodão, impulsionaram o produtor a estar capitalizado e a investir e mecanizar a produção. Em vez de ficar comprando terra, ele vai produzir mais na área que ele já possui, verticalizando a sua produção”, citou.

A região também é privilegiada quando o assunto é água. São diversos mananciais, rios, além do Aquífero Urucuia, responsável pela vazão dos principais afluentes da margem esquerda do rio São Francisco, entre eles o rio Grande, seu principal afluente na Bahia que está localizado em sua maior parte no Oeste do estado baiano.

Já foram feitos estudos em 2020, onde observou-se que está sendo utilizado apenas 11% do potencial desse Aquífero. “Ou seja, existe uma possibilidade enorme para a agricultura no Oeste baiano”.

“Contamos com uma topografia privilegiada, muita disponibilidade de água, condições ideais para a irrigação. O que ainda trava esse desenvolvimento é a questão de infraestrutura energética, mas casos e investimentos como da fazenda do Grupo Leal mostram que problemas assim estão com os dias contados”, finalizou.

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Expo GD: 1º dia de evento destaca o protagonismo de MG no setor solar

A liderança do estado de Minas Gerais no setor solar é fruto das políticas públicas e de incentivos fiscais que o governo estadual de Minas Gerais tem criado para incentivar o mercado de energia solar no estado.

Essa é a avaliação de Kathleen Garcia, secretária adjunta que participou do evento CBGD (Congresso Brasileiro de Geração Distribuida) e ExpoGD (Feira Brasileira de Geração Distribuida) na manhã desta quarta-feira (9), representando o governador Romeu Zema, eleito pelo estado de Minas Gerais.

“Fizemos toda uma análise de cluster e vimos o que podemos fazer para melhorar esta área. Nós já atraímos de 2019 para cá R$ 270 bilhões de investimento, onde R$ 51 bilhões são apenas de energia fotovoltaica”, comenta a secretária adjunta.

A abertura do evento contou com a presença do deputado estadual Gil Pereira (PSD), que destacou a isenção de ICMS que o estado mineiro possui. Algo também abordado por Kathleen que aponta ser o objetivo de uma “Minas Gerais protagonista” em renováveis.

“Conseguimos alcançar no início de setembro o primeiro lugar em geração fotovoltaica, tanto distribuída e centralizada, isso é um reflexo do benefício fiscal, que conseguimos também prorrogar a isenção deste prazo do ICMS até 2032”, completa Garcia.

Já Adriano Henrique Fontoura, secretário municipal de desenvolvimento econômico da cidade de Belo Horizonte (MG), representando o prefeito Fuad Noman, ressaltou que a energia solar contribui, de forma massiva, para a geração de emprego, receita e renda para o território mineiro.

A Expo GD é um evento realizado pelo Grupo FRG e promovido pela ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída), com o apoio do Governo do Estado e das principais associações e entidades ligadas ao setor da geração distribuída de energia com fontes renováveis no Brasil e exterior. O evento ocorre até o dia 10 de novembro na Expominas, Belo Horizonte (MG).

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Energia solar garante economia de R$ 600 mil em até 30 anos

O investimento em um sistema de energia solar pode gerar uma economia para o consumidor brasileiro de R$ 600 mil em um intervalo de até 30 anos. É o que aponta um levantamento feito pela Solfácil.

A simulação levou em consideração uma família que tem um gasto mensal de R$ 750 na conta de luz e uma inflação de 5% ao ano no custo da energia, calculada a partir da média do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) dos últimos 10 anos.

A conclusão é que: enquanto uma família que ainda depende totalmente do fornecimento convencional irá desembolsar cerca de R$ 600 mil em 30 anos, uma casa com o sistema fotovoltaico instalado terá um gasto de apenas R$ 48 mil no mesmo período. Ou seja, um custo 12 vezes menor.

O estudo da entidade mostra ainda que a economia é bastante representativa mesmo em um intervalo menor, já que em 10 anos já é possível economizar R$ 97 mil.

Conta de luz

De acordo com uma pesquisa recém-divulgada pela ABRACE (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia), a conta de luz está pesando mais no bolso de 90% brasileiros do que há cinco anos.

Segundo a ABRACE, o Brasil apresenta hoje a segunda conta de luz mais cara do mundo e com uma alta registrada de 47% desde 2017. Ao todo, os gastos com energia elétrica comprometem, em média, 25% do orçamento das famílias brasileiras.

“Quem opta pela energia solar, além de produzir sua própria energia, fica livre das constantes oscilações de preços que a energia elétrica sofre no país, principalmente em momentos de crise hídrica como ocorreu em 2021 e afetou a maioria das famílias”, explica, Fábio Carrara, CEO da Solfácil.

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Solar flutuante deverá ter projetos hibridizados a partir de 2024

Se tudo der certo, o Brasil deverá atingir a marca de 200 MW de geração solar flutuante implantados na modalidade de GD (geração distribuída) até 2024, com a possibilidade de se aplicar a hibridização da tecnologia junto às hidrelétricas.

Pelo menos, essa é a expectativa de Luiz Piauhylino Filho, sócio-diretor da Sunlution, empresa especializada na elaboração e na aplicação de projetos de geração de energia solar flutuante.

De acordo com o executivo, o mercado solar flutuante no Brasil ganhou força em 2022, com a inauguração de plantas de pequeno porte e com a expectativa da entrada em operação de usinas ainda maiores entre o final deste ano e o começo de 2023.

“O mercado finalmente está amadurecendo e pode tomar um corpo de volume bastante interessante com a consolidação desses 200 MW na modalidade de GD e o início da hibridização da tecnologia”, afirmou.

A Sunlution, por exemplo, é uma das empresas que têm investido no mercado brasileiro, prometendo inaugurar aquilo que seria o maior projeto de energia solar flutuante do país, na Represa Billings, em São Paulo.

“Começamos a instalação dos primeiros 5 MWp dos 60 MWp na Represa Billings em São Paulo. Nesta primeira etapa, serão usados algo perto de 60 hectares de lâmina d ‘água só para o nosso projeto, onde vamos instalar mais de 107 mil painéis de 665 W. Os flutuadores estão sendo produzidos no Estado de São Paulo usando a tecnologia da empresa francesa Ciel et Terre”, explica Piauhylino Filho.

Na semana passada, o Canal Solar mostrou que novas usinas flutuantes também serão construídas nos estados de Minas Gerais e Pernambuco, no município de Grão Mogol e na Ilha de Fernando de Noronha, respectivamente.

Desafios para hibridização

De acordo com Piauhylino Filho, o grande dificultador para que os projetos hibridizados de energia solar flutuante aconteçam hoje no país é a limitação com relação ao preço dos flutuadores (estruturas que suportam os módulos fotovoltaicos sobre a água).

“Projetos que envolvem usinas solares flutuantes em GD variam de 10 MW a 50 MW mais ou menos. Na hibridização, por sua vez, estamos falando de projetos que podem ultrapassar 1 GW”, ressaltou.

Ou seja, segundo ele, projetos muito mais robustos e que demandam muito investimento, sobretudo na compra de mais flutuadores. “Eu vejo esse mercado acontecendo daqui há dois anos, provavelmente, em 2024”, comentou.

“Atualmente, o CAPEX de 1 MW de uma usina de solo está em torno de R$ 4,2 mil a R$ 4,5 mil. Já 1 MW de flutuador instalado está em torno de 15% à 20% mais. Uma coisa é construir um projeto para 1 ou 2 MW, outra coisa é produzir para 500 MW ou até mesmo 1 GW”, frisou.

Por isso, Piauhylino Filho explica que a hibridização, otimizando a infraestrutura já existente, mitigando novos impactos ambientais e a produção em escala, torna a tecnologia dos flutuadores mais competitiva no mercado, com soluções que possibilitariam aplicar as usinas solares flutuantes nos reservatórios já existentes.

“A tendência é que o valor dos flutuadores caia nos próximos anos com o avanço tecnológico. A tecnologia está evoluindo e, dentro de um ano e meio provavelmente, vai ter uma nova série de flutuadores mais baratos e melhores”, finalizou o executivo.

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Mercado global de armazenamento deve atingir 411 GW até 2030

As instalações de armazenamento de energia em todo o mundo devem atingir um acumulado de 411 GW até o final de 2030, de acordo com a última previsão da BNEF (BloombergNEF). Isso é 15 vezes os 27 GW que estavam online no final de 2021.

As perspectivas da empresa preveem um adicional de 13% da capacidade em relação ao estimado anteriormente, impulsionado principalmente por desenvolvimentos recentes de políticas.

“Isso é igual a um extra de 46 GW. As novas políticas mais notáveis ​​incluem a Lei de Redução da Inflação dos EUA, uma legislação histórica que fornece mais de US$ 369 bilhões em financiamento para tecnologias limpas, e o plano REPowerEU da União Europeia, que estabelece metas ambiciosas para reduzir a dependência do gás da Rússia”, relatou a companhia.

No total, estima-se que 387 GW de nova capacidade de armazenamento de energia serão adicionados globalmente de 2022 a 2030 – mais do que toda a capacidade de geração de energia do Japão em 2020.

Os EUA e a China devem continuar sendo os dois maiores mercados, representando mais da metade das instalações globais até o final da década. A Europa, no entanto, está alcançando um aumento significativo na capacidade alimentado pela atual crise de energia.

“A aceleração prevista nos EUA segue a aprovação da Lei de Redução da Inflação em agosto de 2022, com grandes volumes de fundos alocados para créditos fiscais eólicos, solares e de armazenamento. A lei impulsionará aproximadamente 30 GW de armazenamento de energia construído de 2022 a 2030”, apontou a BNEF.

No entanto, afirmaram que embora a nova política de crédito fiscal apoie mais crescimento com base na previsão de longo prazo da BloombergNEF, a cadeia de suprimentos restringe as expectativas de implantação da nuvem até 2024.

A invasão da Ucrânia pela Rússia teve um impacto claro nas implantações de armazenamento de energia na Europa. Segundo a empresa, os preços recordes da eletricidade estão forçando os consumidores a considerar novas formas de fornecimento de energia, impulsionando o mercado de armazenamento residencial no curto prazo.

As adições significativas de armazenamento em escala de utilidade esperadas a partir de 2025 se alinham com as metas renováveis ambiciosas descritas no plano REPowerEU e um foco renovado na segurança energética no Reino Unido.

No caso, a BNEF mais que dobrou suas estimativas para implantações de armazenamento de energia de 2025 a 2030 em toda a Europa em relação às previsões anteriores.
Restrições na cadeia podem retardar expansão

Embora a expansão da capacidade global de armazenamento seja iminente, as restrições da cadeia de suprimentos podem retardar as adições. Além dos problemas relacionados à pandemia, a inflação, os altos custos de transporte e os preços das matérias-primas tornaram as células de bateria mais caras no ano passado.

Enquanto isso, os projetos enfrentam longos prazos de financiamento, desenvolvimento e comissionamento. Em 2022, as interrupções na cadeia de suprimentos resultaram em menores adições de armazenamento em escala de serviços públicos e, mesmo muitas dessas pressões possam diminuir no próximo ano, a expansão para um mercado que deverá adicionar quase 11 vezes mais GWh em 2030 do que em 2021 virá com desafios.

“A indústria de armazenamento de energia está enfrentando dores de crescimento. Porém, apesar dos preços mais altos do sistema de bateria, a demanda é clara. Haverá mais de 1 TWh de capacidade de energia até 2030″, afirmou Helen Kou, associada de armazenamento de energia da BNEF.

“Os maiores mercados do mundo, como China, EUA, Índia e UE, aprovaram leis que incentivam implantações de armazenamento”, ressaltou Helen, que também é a principal autora do relatório.

Ásia-Pacífico liderará crescimento

Regionalmente, a Ásia-Pacífico liderará o crescimento no mercado de armazenamento em MW até 2030, impulsionado pela China. Mas, as Américas adicionarão mais capacidade em uma base de MWh, já que as usinas nos EUA geralmente têm mais horas de armazenamento. A Europa – mesmo com vantagens adicionais dos recentes avanços nas políticas – o Oriente Médio e a África devem ficar para trás.

A previsão da BNEF sugere que a maior parte do armazenamento de energia construído até 2030, equivalente a 61% dos MW, será para fornecer o chamado deslocamento de energia – em outras palavras, adiantar ou atrasar o tempo de despacho de eletricidade. Projetos co-localizados de energias renováveis ​​mais armazenamento, em particular solar mais armazenamento, estão se tornando comuns em todo o mundo.

Outro ponto destacado pelo estudo é que as baterias – tanto residenciais quanto comerciais e industriais – também devem crescer em um ritmo constante. A Alemanha e a Austrália são atualmente os líderes neste segmento, com mercados consideráveis ​​no Japão e na Califórnia também.

Ao todo, a BNEF prevê que o armazenamento de energia localizado em residências e empresas representará cerca de um quarto das instalações globais de armazenamento até 2030. “Com ambição, tal setor potencial para crescer incrivelmente rápido”, comentou Yayoi Sekine, chefe de armazenamento de energia da BNEF.

“Os detalhes de como os projetos de armazenamento de energia se materializarão como resultado de grandes políticas, como a Lei de Redução da Inflação dos EUA que ainda precisam ser resolvidos. No entanto, as empresas já estão ampliando as operações para capturar o lado positivo”, explicou.
BNEF: tecnologia de baterias em evolução

Segundo a pesquisa, a tecnologia de baterias em rápida evolução está impulsionando o mercado de armazenamento. As baterias de íon de lítio representam a maioria das instalações atualmente, mas muitas tecnologias que não são baterias estão em desenvolvimento, como ar comprimido e armazenamento de energia térmica.

Entretanto, a BloombergNEF espera que as baterias dominem o mercado pelo menos até a década de 2030, em grande parte devido à sua competitividade de preços, cadeia de suprimentos estabelecida e histórico significativo. “Se as novas tecnologias puderem superar com sucesso o íon de lítio, a absorção total de armazenamento de energia poderá ser maior”, finalizaram.

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ONS registra 24 recordes de energia solar em setembro

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) registrou 24 recordes na geração de energia solar ao longo do mês de setembro, sendo as mais recentes delas confirmadas entre os dias 27 e 29 de setembro.

No dia 27 foi observado, em geração de energia solar instantânea do subsistema Nordeste, às 9h46, o pico de 3.499 MW, o que representa 32,1% da demanda da região. O dado anterior era de 3.450 MW, às 11h12 de 5 de setembro.

Ainda no Nordeste, foi verificado, em 28 de setembro, um recorde na geração solar média: 1.372 MW médios (11,8% da demanda). O anterior, no mesmo subsistema, era de 1.315 MW médios, registrado no dia 13.

No dia 29 foram registrados outros três recordes na geração solar: um no subsistema Sudeste/Centro-Oeste e dois no SIN (Sistema Interligado Nacional).

No primeiro deles, a marca foi na geração instantânea com 1.773 MW (4,4% da demanda), às 11h38. O resultado anterior foi atingido no dia 25, com 1.649 MW.

Já os números do SIN foram identificados também na instantânea, com 5.155 MW (7,4% da demanda) e na média, com 1.945 MW médios (2,8% da demanda). Os registros superaram as medições de 10 de setembro – 4.876 MW – e de 13 de setembro – 1.937 MW médios – respectivamente.
Energia eólica

Com relação à geração de energia eólica, o Brasil também registrou cinco novos recordes no mês de setembro, segundo o ONS, todos entre os dias 5 e 7.

De acordo com o órgão, o SIN atingiu 15.890 MW médios, o que representou 22,9 % da demanda de energia. O melhor resultado anterior fora de 15.150 MW médios, em 30 de agosto de 2022.

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Solar para pequenos negócios esbarra em falta de informação, diz Sebrae

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) identificou que a energia solar ainda é uma tecnologia que precisa ser melhor explorada junto aos comerciantes brasileiros.

Isso porque, segundo o estudo, entre os empreendimentos onde processo de operação é mais dependente do consumo de energia, como academias e restaurantes, apenas 8% utilizam sistemas fotovoltaicos como uma das soluções para reduzir a conta de luz.

Em contrapartida, cerca de um terço dos proprietários entrevistados (33% do total) afirmaram que apenas orientam seus colaboradores a reduzirem o uso de energia elétrica, enquanto outros 27% revelaram que acabam não fazendo nada a respeito e deixando as coisas como estão.

Outros 15% revelaram que buscam economizar energia apenas no horário de pico e 10% alegaram trocar seus equipamentos por tecnologias mais eficientes e que gastem menos energia, como geladeiras e lâmpadas de led.

Em entrevista ao Canal Solar, Vera Lúcia de Oliveira, analista técnica do Sebrae, explica que a entidade mapeou os segmentos empresariais mais dependentes de energia para conduzir a pesquisa, que tinha como intuito entender como os micro e pequenos empresários fazem a gestão energética de seus empreendimentos.

“Fomos surpreendidos com o resultado, já que mais de 60% dos estabelecimentos em que a energia representa um gasto significativo não é feito nada para mudar essa situação ou apenas os funcionários são recomendados a usarem menos energia”, comentou.

Segundo ela, muitos empresários não têm noção da sua real condição de consumo e precisavam de mais informação para instalar um sistema de energia solar. “Muitos sequer sabem que existe a possibilidade de gerar a sua própria energia ou, se sabem disso, acabam não sabendo como instalar e desistem no meio do processo”, frisou.

Vera explicou ainda que o estudo identificou que os proprietários destes pequenos negócios, muitas vezes, nem sequer têm acesso à sua própria conta de luz, porque seus comércios ficam alocados em imóveis alugados nos quais a mudança de titularidade sequer foi feita.

“Consequentemente, não conseguem acessar os dados e a natureza do seu contrato junto à distribuidora para entender como está o custo da sua energia”, explica.

Outro ponto que chama atenção, segundo ela, é a falta consciência dos pequenos empreendedores com relação a sua condição de consumo. “Eles, muitas vezes, não conseguem ter noção do estado do seu sistema de eletrificação e há até uma ignorância de achar que fazer um gato é uma alternativa”, frisou.

Economia sustentável e com redução de custos

Uma redução de 90% com despesas relacionadas a energia elétrica. Essa é a economia que o Espaço Nobre Pizzaria, um restaurante localizado em Campinas (SP), passou a ter com a operação de um sistema de energia solar em março deste ano.

O projeto – que conta com 660 painéis solares, sendo 211 instalados na cobertura do estabelecimento e outros 439 em um barracão – proporciona à pizzaria uma geração superior ao consumo do estabelecimento, conforme explica o proprietário Marcos Vedovatto.

O empresário destaca ainda que a sua expectativa com relação ao retorno dos investimentos (payback) seja concluída até o final de 2025. A tecnologia foi financiada por Vedovatto a juros baixos.

“A nossa ideia foi buscar um meio de baratear o nosso custo operacional, porque a energia elétrica, junto com a conta de água, é um dos itens que mais pesa no bolso de todos os comerciantes”.

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